10.1.02
Sou rebelde.
(Não posso ser outra coisa.)
Fui, sou e sempre serei contra os conservadores.
Sou revolucionário, amo a vida, a liberdade, a gostosura, o amor.
Isso já vem de família.
Não é genético mas é hereditário.
Meu bisavô Luiz Marques já era um rebelde: trocou o futuro garantido e certo por um presente gostoso e mais certo ainda. Um belo dia jogou fora o velho baú das verdades antigas, e tomou aquelas decisões que só os grandes homens conseguem tomar:
— Montou o cavalo negro do risco absoluto e partiu!
Abandonou tudo para não ter que abandonar sua própria alma naqueles caminhos já percorridos. Ele também já sabia que:
O único crime que não tem perdão é desperdiçar a vida.
Não fosse por isso eu não estaria aqui, agora — todo coração — tomando essa taça de vinho vermelho e contando minhas histórias de amor pra você.
Sou portanto bisneto da rebeldia.
Bisneto da rebeldia, neto da emoção, filho da loucura, irmão do desejo, primo do prazer, amigo da liberdade — e amante de todos os meus amores.
E existo, por incrível que pareça:
No céu da minha boca não há fogos de artifício:
— Só estrelas.