Há mais de quinze anos que não perco a calma. O controle absoluto dos meus estados de espírito é a minha maior conquista como ser humano. Quando me perguntam como consigo ser assim — feliz —, respondo:
Dou valor secundário às coisas secundárias — e considero secundário tudo aquilo que não tem o poder de determinar mudanças significativas no rumo da minha vida.
Se chove ou se faz sol; se está frio ou se calor; se é cedo ou tarde, noite ou dia, claro ou escuro — nada disso é significativo para minha vida. Se alguém me ama ou se me odeia; se me elogiam ou me criticam; se gostam do que escrevo ou se detestam; se acabou o vinho branco ou se o mercado já fechou ou se a comida já esfriou ou se roubaram meu carro ou se meu irmão me xingou de novo ou se caiu o presidente da Argentina ou se o dólar subiu ou se a bolsa despencou ou se o Santos perdeu ou se a linha caiu ou se a bateria tá acabando ou se um filho da puta que me deve não me paga — tudo isso é secundário.
O importante é ser livre
O importante é ter saúde, inteligência, tesão e gostosura!
E ser amado por todos os meus amores.
O resto — todo o resto — é extremamente secundário...
Escrevo isto aqui, agora, nesta noite azul do Guarujá, tomando um belo e madrugante copo de vinho vermelho, ouvindo a Sinfonia n. 40.
Mas uma versão mais publicável ficou assim:
Dou valor secundário às coisas secundárias,
e considero secundário tudo aquilo que não tem o poder
de determinar mudanças significativas no rumo da minha vida.
Se chove ou se faz sol; se está frio ou se calor;
se é cedo ou tarde, noite ou dia, claro, escuro
— nada disso é significativo para minha vida.
Se alguém me ama ou se me odeia;
se me elogiam ou criticam;
se gostam do que escrevo ou se detestam...
— tudo isso é secundário.
O importante é ser livre.
O importante é ter saúde, inteligência, tesão e gostosura!
E ser amado por todos os meus amores.
O resto, todo o resto é extremamente secundário...