Noventa e cinco anos de prazer.
Sêneca dizia que a vida não é curta:
— "nós é que a tornamos..."
Porque quase sempre a desperdiçamos com ninharias, afazeres inúteis, objetivos rasteiros, coisas supérfluas. Se você aproveitasse para si mesmo o tempo que perde no trânsito, no trabalho alienado, na falsa educação dos filhos, nas reprimendas aos escravos, nas conversas hipócritas, na fila do banco, no ônibus, no metrô, no avião; se você aproveitasse o tempo que perde vendo tv, ou em papos furados ao telefone, ou nas agendas ridículas, nas festas de aniversário, nas reuniões absurdas, nos salamaleques, nos sermões, nas orações, nas noites de autógrafo, na Internet; se você não precisasse gastar esse tempo enorme tentando corrigir as barbaridades que comete contra si mesmo; se você não precisasse ficar se explicando a toda hora para o patrão, para a patroa, para os pais, para os filhos, para os namorados, para os irmãos, para os amigos; se você não gastasse essas eternidades tentando encontrar uma saída nesse beco escuro em que se meteu por burrice; se você fosse simplesmente um pouquinho mais esperto, um pouquinho mais inteligente (e livre!), a vida NÃO seria tão curta.
Aliás, seria uma verdadeira e duradoura delícia:
Noventa e cinco anos de prazer absoluto bastariam...
Ouça o CD Filtro Solar do Pedro Bial.